Escoteiros,
Caros companheiros,
Ao participar com a
maior satisfação nesta data tão importante e festiva quero, em nome da
Fraternal Escotista de Portugal, agradecer o convite que a chefia do Grupo nos
formulou para aqui estar e dirigirmos algumas palavras aos presentes, o que
fazemos com a alegria de quem vive um momento único e irrepetível nas nossas
vidas - o centenário do Gr. n.º 7.
Para não fugirmos ao
tempo que nos foi recomendado, limitaremos a nossa intervenção a três aspectos
que consideramos essenciais:
O primeiro e mais
importante, para recordar o aparecimento do grupo na União Cristã de Jovens,
uma associação cívica e religiosa localizada na Rua do Heroísmo. Foi uma
iniciativa de Abel dos Santos e Silva e Luciano Silva, ambos membros da ACM e
escoteiros do Grupo n.º 1, com a preocupação de levar o Escotismo mais para
perto de suas casas e contribuir, assim, para a sua expansão. Em 20 de Maio de
1913, ainda antes de criada a Associação, nasceu o Grupo n.º 7, sob a chefia de
Luciano Silva, apoiado entusiasticamente por José Rodrigues, que mais tarde
substituiu aquele na chefia do Grupo e que veio a ser uma das figuras mais
destacadas nas inúmeras intervenções cívicas em que os escoteiros de Lisboa
intervieram durante os perturbados tempos das convulsões políticas e laborais
que então se viveram, onde a abnegação, a atitude humanista e patriótica e a
coragem dos escoteiros ganharam elevado relevo.
Com o sentimento do
maior respeito e admiração por esses pioneiros, queremos homenagear todos
aqueles que ao longo destes 100 anos, contribuíram para elevar o prestígio do
SETE e manter os valores e princípios do Escotismo, enunciados por B.-P.. Foi
graças ao entusiasmo dos seus escoteiros e à dedicação dos seus dirigentes, ao
longo de todos estes anos, que o Grupo chegou aos nossos dias e, correndo o
risco de ingratidão pelas ausências, ocorre-nos à memória, além dos já citados,
os nomes daqueles que participaram ou estiveram perto da vida da Fraternal,
como Otelo Henriques de Sousa, Miguel Martins, Armando Carlos (escoteiros da
minha geração), mais recentemente o Mário Carmo e actualmente o Paulo Franco.
A
Fraternal, assumindo-se como repositório da história do Escotismo no nosso
País, não pode deixar de agradecer a todos os dirigentes que se empenharam e
trabalharam de forma desinteressada para assegurar a continuidade do Grupo e do
seu escotismo de qualidade, algumas vezes exemplar.
Em
segundo lugar, gostaríamos de referir os propósitos da Fraternal, resumidos na
sua finalidade e na sua missão.
1.
A FRATERNAL tem por finalidade agregar antigos Escoteiros com vontade de
continuar a viver o Espírito Escotista, assim como outros adultos que se
identifiquem com os princípios e valores do movimento estabelecido por
Baden-Powell;
2.
A FRATERNAL tem por missão promover, apoiar e agir junto dos seus membros,
encorajando-os a conservar sempre bem vivo o espírito do Compromisso de Honra e
da Lei do Escoteiro e, num processo de contínuo desenvolvimento pessoal,
ajudá-los a transmitir esse espírito nas comunidades em que vivem e trabalham,
prestando serviço activo a essas comunidades, mobilizando-as e à sociedade em
geral:
a)
Na divulgação e apoio activo ao Escotismo, em especial à Associação dos
Escoteiros de Portugal;
b)
Na promoção da paz e do bem-estar social, numa perspectiva de formação ao longo
da vida e de educação para a cidadania;
c)
Na educação ambiental e protecção da natureza e dos cidadãos;
d)
No estímulo ao empreendedorismo, criatividade e inovação;
e)
Na cultura, desporto e lazer;
f)
Na integração social, desenvolvimento comunitário e cooperação para o desenvolvimento
ao nível internacional.
A primeira das
preocupações da Fraternal é pois a divulgação e apoio ao Escotismo Juvenil,
porque este é a essência e razão de ser do Movimento a que também pertencemos.
Por isso, queremos ser fortes para adquirir a capacidade de poder contribuir
para a melhoria das condições de vida dos grupos, na aquisição e melhoramento
das suas sedes, nos difíceis contactos com as entidades autárquicas e
patrocinadoras, dizer presente quando nos solicitarem colaboração na organização
de actividades de maior envergadura, oferecer com a nossa presença o estímulo
que os dirigentes precisam e merecem e transmitir aos mais jovens o nossa
experiência escotista.
Assim sendo, aqui
deixo o nosso desafio à “Velha Guarda do 7”, mas também a todos os outros
grupos, para que se venham a constituir Núcleos da Fraternal, que trabalhem na
área geográfica dos grupos e que possam vir a ser um precioso apoio daqueles e ao
serviço da comunidade em que estejam inseridos e se constituam também
excelentes divulgadores dos valores do Escotismo junto das entidades e
população local.
Em terceiro e para
terminar, queremos deixar uma mensagem especial para os lobitos, escoteiros e
caminheiros:
Acreditem que os
valores escotistas, contidos na Lei do Escoteiro e no Compromisso de Honra, vão
ser a base fundamental para as vossas vidas e que os ensinamentos
proporcionados pelo Escotismo vos tornarão cidadãos mais conscientes e mais
úteis para a sociedade. Que, os sentimentos de igualdade e tolerância, a
responsabilidade e liberdade, a participação e cidadania activa, a construção
da Paz e o desenvolvimento sustentável, nunca sejam esquecidos durante toda a
vossa vida, e em especial, na idade adulta.
Quero deixar também
em nome da Fraternal Escotista de Portugal, os melhores votos de boa-caça e
longa vida para o Grupo n.º 7.
PNEC, 11 de Maio de
2013
Rui Horácio Macedo –
Presidente da Direcção
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