Texto de apoio elaborado
por Sara Milreu, relativo ao módulo “Ferramentas para o Recrutamento de
Adultos” integrado na 1.ª acção de formação da AEG-Portugal.
(adaptado do "Generational diversity in the BSA
workplace", dos Boy Scouts of América)
Recrutamento: o que é e para que serve?
«Recrutar é o acto de IDENTIFICAR grupos e indivíduos para um
serviço e de facto CONVIDÁ-LOS a voluntariarem-se»
Susan Ellis, The Volunteer Recruitment Book
Porque recrutamos:
Para melhor distribuirmos o trabalho
voluntário, sem demasiada sobrecarga;
Para nos mantermos “vivos” e com
novas ideias;
Para garantir o trabalho que é
necessário fazer
Para poder crescer
Porque estamos a perder voluntários
As
Etapas do Recrutamento:
O
processo de recrutamento é dividido em 3 etapas, a saber:
1.
Levantamento das Necessidades.
2.
Recrutamento.
3.
Integração.
Independentemente
da técnica de recrutamento, devemos:
Garantir que temos trabalho para os
voluntários que estamos a recrutar
Conceber uma mensagem para que se
apele ao perfil “certo” que se deseja
Incluir os benefícios para o
voluntário
Ser claro relativamente às
expectativas e tempo de compromisso
Descrever o Movimento e a sua missão
Referir o
suporte e a formação que serão disponibilizados
Diversidade
Geracional
Trabalhar com as diferentes gerações
Nunca
como antes, devido ao aumento da esperança média de vida e à forma como o
envelhecimento activo é encarado, as nossas associações contaram com esta
“mistura” de gerações.
Tal
diversidade pode dar-nos maior riqueza e produtividade, mas para tal é
necessário compreender claramente as características de cada uma e a forma como
cada geração é “única”.
Neste
sentido, e apesar de a pertença a uma determinada geração ter um impacto
significativosobre
a forma como cada um de nós vê o mundo, cada indivíduo teve um conjunto muito
próprio de experiência, valores e crenças que pode introduzir algumas
alterações a estes conceitos generalizados.
Assim,
e como sempre no nosso Movimento, é im-portante conhecer e respeitar a
individualidade de cada um dos nossos elementos, nas mais variadas
circunstâncias.
Por que é importante conhecer e reconhecer a diversidade
geracional nas nossas Associações [Fraternal, AAG e FNA]?
Conhecer
e reconhecer a diversidade geracional pode ser um diferenciador estratégico, na
medida em que nos permite adequar a nossa comunicação a cada uma das gerações e
melhorar a eficácia das nossas interacções.
Conhecer
as características dos outros grupos geracionais também aumenta o respeito e o
apreço de todos pelas diferenças e pelo que os outros têm para oferecer às
nossas associações.
Conhecer
a diversidade geracional ajuda-nos a compreender:
1)
que houve diversos fenómenos que deram origem ao sistema de valores,
aspirações, atitudes e expec-tativas das diferentes gerações
2)
que as diferentes gerações têm diferentes modos de ver o mundo, diferentes
objectivos de desenvolvi-mento pessoal, diferentes formas de se expressar e
envolver
3) que é necessário ter uma abordagem diferenciada para
motivar as diferentes gerações.
As quatro principais gerações
Existem
quatro gerações distintas nas nossas Asso-ciações. Apesar de os peritos
discordarem em ter-mos das datas específicas e nos nomes atribuídos a cada
grupo, as quatro gerações são habitualmente definidas como Veteranos, Geração
do Pós-Guerra, Geração X e Geração do Milénio.
Os veteranos
(ou tradicionalistas): nascidos antes de 1945.
Esta
geração inclui as pessoas nascidas antes de 1945, sendo por vezes denominada
também de Maduros ou Geração Silenciosa. Os eventos que marcaram a sua
formação incluem a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Muitos dos seus
valores e comportamentos baseiam-se no impacto que estes eventos tiveram
nas suas vidas e experiências. Alguns exemplos de pessoas desta geração são
Bill Cosby, Ronald Reagan, Rui Nabeiro, Ruy de Carvalho.
Esta geração
representa apenas cerca de 5% da população activa, mas são os mais ricos.
Muitos dos
homens desta geração entraram no mercado de trabalho depois de terem servido
no exérci-to e/ou como aprendizes e em funções menores, subindo depois a pulso,
e esperavam manter-se na mesma empresa durante toda a sua vida activa.
Para os
Veteranos, o patriotismo e a fidelidade à empresa em que trabalhavam era algo
inerente. O mercado de trabalho era dominado por homens e a maior parte das
mulheres eram donas de casa e tratavam dos filhos. Estes padrões vieram a
sofrer enormes alterações.
A geração do
pós-guerra: nascidos entre 1945 e 1964.
Os eventos que
marcaram a formação desta geração incluem o Movimento pelos Direitos Civis, a
Guerra do Vietname, a Guerra Colonial, o assassinato de John F. Kennedy, Robert
Kennedy e Martin Luther King e a Guerra Fria. Nesta geração temos pessoas tão
notáveis como Robin Williams, Bill Gates, Oprah Winfrey, Paulo de Carvalho.
Esta é a
geração que controla habitualmente o mer-cado de trabalho. Estão à frente dos
nossos gover-nos nacionais e autarquias, são os patrões, directores e
presidentes das maiores empresas e são o grupo dominante em termos de população
activa.
O termo
“viciado em trabalho” foi criado para descrever esta geração. Entraram para o
mercado de trabalho quando a fidelidade à empresa ainda era o mais importante,
mas viram este valor ser alterado através de despedimentos colectivos, fusões e
aquisições e muitos começam a questionar-se se valeu a pena tanto empenho no
trabalho, à medida que se aproximam da idade da reforma.
Geração X: nascidos entre 1965 e
1980
Os
eventos que marcaram a formação dos membros da Geração X incluem o escândalo de
Watergate, o desastre da nave Challenger, a Guerra do Golfo, o advento dos
computadores e o crescimento exponencial da taxa de divórcio dos seus pais.
Quando pensamos nesta geração vêm-nos à mente exemplos como Tiger Woods,
Jennifer Aniston, Fernanda Serrano, Rui Unas.
À
medida que foram crescendo, os membros desta geração foram sendo descritos como
“preguiçosos”, desmotivados, sem aspirações e irreverentes. Também foram a
primeira geração a ouvir que jamais seriam tão bem sucedidos como os seus pais.
Por
outro lado, foram também os que ficaram mais desiludidos quando descobriram que
todas as insti-tuições que lhes diziam “Podes confiar em nós” – o governo, a
Igreja, as forças armadas, o casamento, as grandes empresas – os deixavam ficar
mal. Devido a isto a sua atitude geral é a de “Ver para Crer”.
Os
membros mais velhos desta geração começam a assumir papéis de liderança e de
direcção em muitas organizações e a sua facilidade com as novas tecnologias
muito tem contribuído para acelerar o processo.
A Geração do
Milénio: Nascidos entre 1981 e 2000
Os eventos que
marcaram a formação desta geração incluem os ataques bombistas na cidade de
Oklaho-ma e o ataque terrorista de 11 de Setembro, o advento da Internet e das
redes sociais e a Guerra no Iraque. Alguns famosos desta geração são: Justin
Timberlake, Rita Pereira, Cristiano Ronaldo.
Os membros da
Geração do Milénio cresceram num mundo inundado de tecnologia: telemóveis,
computadores portáteis, internet sem fios, iPods, engenharia genética,
inteligência artificial. Viveram a maior parte da sua vida à sombra de uma
economia prospera e sempre foram protegidos e apaparicados pelos seus pais da
Geração X, apesar de já terem estado expostos às ameaças do terrorismo e da
violência.
Esta geração
está a entrar num mercado de trabalho difícil e cheio de concorrência, onde
apenas os melhores prosperam. São uma geração com altos conhecimentos
tecnológicos, ambiciosos, e autoconfiantes, com uma visão diferente do
sucesso.
(Continua)
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