domingo, 21 de novembro de 2010

INTERVENÇÃO DA FAEP na CONFERÊNCIA NACIONAL DA AEP


No período de antes da Ordem dos Trabalhos, foi dada a palavra ao Presidente do Conselho Director da Fraternal, que proferiu a seguinte comunicação:

Escoteiro Chefe Presidente da Mesa da Conferência Nacional
Escoteiro Chefe Nacional
Escoteiros Chefes e outros dirigentes presentes nesta Conferência
Senhores convidados

Em nome da Fraternal dos Antigos Escoteiros de Portugal cumpri-mento cordialmente a todos os presentes, fazendo votos para que os assuntos trazidos a esta Conferência, mereçam a reflexão atenta de todos e encontrem as melhores soluções, consentâneas com os ideais escotistas, tendo sempre em vista o prestígio e a dignificação da Associação dos Escoteiros de Portugal.

Em primeiro lugar, queremos manifestar aqui, publicamente, a nossa grande satisfação pelo bom momento das relações entre a AEP e a FAEP, muito pelo efeito do ideal comum que nos irmana, como também pela cordialidade, espírito de colaboração e respeito mútuo, que decorre do diálogo franco e aberto que tem existido entre as nossas duas instituições, que visam um fim comum – servir o Escotismo e promover a sua divulgação e expansão no nosso País.

A atestar esta afirmação, registámos a presença e a apreciada intervenção do Escoteiro Chefe Nacional no último Conselho Nacional da FAEP, onde nos proporcionou pormenorizado conhecimento do modelo de organização associativa e, bem assim, dos projectos e estratégias em desenvolvimento.

Por tais razões, queremos saudar os órgãos centrais da AEP pelo trabalho que tem sido desenvolvido e manifestar o nosso apreço pelo Relatório que vai ser apreciado por esta Assembleia, no qual se evidencia o estado saudável das finanças associativas e se advinha a satisfação pelo cumprimento de um dever, que é também um ideal de vida, ao alcançar metas credíveis que prestigiam toda uma organização. Muito tem sido feito nos últimos anos, mas é expectável que bastante mais possa e deva fazer-se, especialmente na área das relações entre a AEP e a Escola, onde se deve investir mais, reto-mando, se possível, o modelo de colaboração usado nos primeiros tempos do Escotismo em Portugal, ou estudando e adaptando o que nesse sentido já se está fazendo no Brasil.

Permitimo-nos uma referência apenas aos Recursos Adultos Voluntários, onde nos parece menos indicado o encaminhamento dos interessados directamente para os Grupos, sobrecarregando as respectivas chefias que, em muitos casos, não têm a disponibilidade para o atendimento e preparação que esses interessados precisam e merecem, contribuindo para a sua desmotivação. Parece-nos que, sendo esta uma das preocupações do ESCOTISMO ADULTO, poderia a Fraternal ocupar-se do acolhimento de tais voluntários, identifi-cando-os com os princípios e metodologia do Movimento Escotista, acompanhando-os numa abordagem aos grupos locais, ou aconselhando a frequência de cursos da ENFIM, consoante o interesse e nível de envolvimento do candidato. Declaramos aqui toda a nossa disponibilidade para o efeito.

A nossa Fraternal vive, no momento, um esforçado período de renovação, na formulação e implantação de ideias e programas que visam a identificação e divulgação do ESCOTISMO ADULTO entre os dirigentes que terminam a sua carreira na AEP e, também, junto dos pais dos escoteiros e os amigos do Escotismo que se sentem
atraídos pelo nosso Ideal e Princípios.

Estamos por isso empenhados em receber no nosso seio aqueles que o cansaço ou as exigências profissionais, familiares ou outras, obrigam a pôr fim às suas carreiras de dirigentes escotistas, proporcionando-lhes a oportunidade de:
1.Continuarem a viver o espírito escotista,
2.Guardarem sempre bem vivo o espírito da Promessa e da Lei,
3.Serem úteis às comunidades onde vivem e trabalham,
4.Continuarem a dar suporte activo ao Movimento Escotista, através da AEP.

Ao solicitar a esses dirigentes que adiram à FAEP, estamos certos de
poder oferecer-lhes, a possibilidade de se manterem ligados aos seus ideais, dispensados embora do esforço permanen-te que a todos exige um trabalho de chefia, mas atentos a novas oportunidades de servirem o Escotismo e a AEP.

Do fortalecimento do ESCOTISMO ADULTO resultará, estamos certos, uma melhor oportunidade de desenvolvimento da AEP.

Observando as estatísticas da Associação nos últimos anos, e em especial o caderno eleitoral desta Conferência, em que dos 111 Grupos activos só 4 deles têm as quatro divisões etárias e as chefias de grupo devidamente constituídas, [havendo 18 com 4 divisões; 28 com 3; 24 com 2; 19 com apenas uma; e 18 sem qualquer divisão], considerando, ainda, as diferentes áreas do Plano Estratégico, que iremos debater para 2011/2016, verificamos que é a área dos recursos adultos – no que respeita ao voluntariado em geral, aos dirigentes, à sua formação e à participação – aquela que sem qualquer dúvida deverá merecer uma atenção especial da Associação.

Os adultos fazem parte integrante e fundamental do Método escotista. Sem eles, ou sem que adquiram capacidades pedagógicas e técnicas razoáveis, nunca alcançaremos o nosso objectivo, que é: a educação dos jovens.

Observamos que passam pela AEP inúmeros elementos que, durante anos, vão acumulando conhecimentos e experiências técnicas, que lhes permitiriam ser óptimos especialistas em muitas áreas de actividades [tanto as ligadas à vida ao ar livre como às técnico-profissionais], os quais se afastam do Movimento, muitas vezes por saturação ou falta de realização, mas também porque lhes falta enquadramento, perdendo, assim, a Associação, tão apreciável mais-valia.

Importa, quanto a nós, inverter esta realidade. E isto é dever de todos.

Do revigoramento e crescimento da FAEP resultará a possibilidade de engrandecimento da AEP, uma vez que será possível a todos os níveis – local, regional e nacional – proporcionar apoios estratégicos em diversas áreas, libertando os dirigentes para a realização de mais actividades e melhor exercício do seu papel de educadores. Esses apoios poderão também ser aproveitados para elaborar publicações técnicas, memórias históricas, estudos, conferências, cursos, exposições, angariação de fundos para projectos diversos, e muitas outras acções que se entendam de interesse comum, ao serviço do Escotismo e da AEP.

Por isso, afirmamos o nosso empenhamento em colaborar, na medida das nossas possibilidades, onde e quando for necessário e manifestamos a nossa disponibilidade para dialogar com todos aqueles que estejam interessados em realizar novos projectos.

Cumprindo aquilo que julgamos ser a nossa Missão, não queremos deixar de levar o nosso conselho aos órgãos dirigentes da AEP, esperando que acreditem nas potencialidades do ESCOTISMO ADULTO, incentivando aqueles que se afastam do escotismo activo a aderirem à Fraternal dos Escoteiros de Portugal, como forma de continuarem ligados aos ideais do Escotismo e cumprindo o nosso lema: ESCOTEIRO UM DIA, ESCOTEIRO POR TODA A VIDA.

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