domingo, 30 de janeiro de 2011

ACAMPAMENTO DO CENTENÁRIO


No presente ano começamos a viver os CEM ANOS da chegada do Escotismo a terra portuguesa. O Conselho Director iniciou já com a Chefia Nacional da AEP um compromisso comum de dar a tal acontecimento a maior visibilidade possível, levando a efeito um programa de actividades que importa revestir de grande dignidade. Para tanto, são indispensáveis as colaborações e apoios de todos quantos, sócios ou não da FAEP possam trazer uma mais-valia a tal projecto. Pertence a cada um de nós responder presente e, olhar em volta, para trazer consigo colaborações especializadas, sempre bem-vindas ao nosso meio.

É já um ponto fixo do programa das comemorações o Acampamento Nacional da AEP, a realizar de 1 a 7 de Agosto na Serra do Caramulo, para o qual a FAEP foi já convidada a participar. Esta nossa participação tem de ser estudada atempadamente, pois gostaríamos de fazer desta actividade o nosso próprio Encontro do Escotismo Adulto, com organização de actividades paralelas para aqueles que alguma vez foram escoteiros e desejem reviver por alguns dias o tempo da sua inesquecível aventura juvenil – um acampamento escotista.

Também gostaríamos de ter companheiros disponíveis para colaborar nos serviços do acampamento ou no stand e atelier que ali desejamos levar a efeito.

Há pois muito trabalho pela nossa frente no ano do CENTENÁRIO DO ESCOTISMO em Portugal.


Visitem o site relativo ao Acampamento Nacional, www.escoteiros.pt/acnac e informem-nos do vosso interesse em participar ou em visitar esta actividade.

faep.nacional@gmail.com

Dá a Cara


Projecto Eu Dou a Cara promovido pelo Conselho Nacional da Juventude e pela Campanha Pobreza Zero

O Projecto EU DOU A CARA, impulsionado pelo Conselho Nacional da Juventude e a Campanha Pobreza Zero, alicerça-se nas novas tecnologias, meio privilegiado de acesso a um conjunto alargado e diversificado de pessoas, ultrapassando barreiras físicas. Ele apela a cidadãos e a cidadãs de qualquer parte do globo, a Darem a Cara contra a Pobreza, pelo cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, pelos Direitos Humanos.

Através deste gesto, ao não hesitarem em tornar público o seu compromisso para com esta causa e ao envolverem-se neste projecto, as pessoas não só mostram estar bem cientes de que o fenómeno da pobreza afecta diariamente, em todo o mundo e também em Portugal, as vidas de milhares de pessoas, como dão o sinal claro de que não ficam indiferentes perante tal facto e que importa informar, sensibilizar, capacitar, mobilizar, pressionar, AGIR.

O Conselho Nacional da Juventude e a Campanha Pobreza Zero procuraram que a adesão a esta campanha seja fácil, bastando apenas para a ela se associar enviar uma foto (obrigatório), o nome e o contacto e-mail (facultativo), através do site http://www.eudouacara.org/

No caso das organizações/instituições, basta mandar o logo da mesma e deixar um contacto. Para além do mais, as pessoas e as organizações também podem, caso assim o desejem, deixar uma mensagem, um testemunho, sugestões. O site EU DOU A CARA assume-se assim como um lugar de encontro e de partilha entre "agentes contra a Pobreza e Exclusão Social".

O site do projecto EU DOU a CARA quer-se dinâmico e os seus conteúdos construídos e actualizados mediante as sugestões quer dos parceiros quer das pessoas que a esta causa se juntarem, por forma a que ele resulte.

Por isso não hesites e Dá a Cara!

domingo, 9 de janeiro de 2011

A FRATERNAL solicita que o Lince (conversor para a nova ortografia) considere a palavra "escoteiro"


O anterior acordo ortográfico, implementado durante os anos 50, contemplou os neologismos "escuteiro" e "escutismo" em substituição dos tradicionais vocábulos "escoteiro" e "escotismo", já de há muito existentes na língua portuguesa (Cândido de Figueiredo e anteriores), para definir (apenas em Portugal) o praticante do movimento juvenil lançado no mundo por Robert Baden-Powell - o conhecido Scouting.

É sabido que o Brasil não aceitou o uso de tais neologismos, continuando a fazer uso das expressões tradicionais referidas. A mesma recusa mantiveram em Portugal os dirigentes, os associados e os simpatizantes da mais antiga das associações escotistas, bem como alguns cultores da linguagem tradicional, ainda que sujeitos à despropositada referência da existência de erro ortográfico.

Perante o novo acordo, que serve essencialmente os propósitos da ortografia brasileira, parece não fazer sentido que tudo se mantenha como anteriormente sem admitir, pelo menos, considerar como correctos os quatro vocábulos indicados, uma vez que é forçoso aceitar a forma de escrever no Brasil.

Estranhamente, esta situação parece ter passado despercebida, ou não terá sido estudada, pelos "fabricantes" do novo acordo que, depois de grande esforço na modificação complexa de palavras que há centenas de anos se escreviam de modo diferente, permitem continuar a dicotomia que atrás se assinala, a qual nem sequer ganhou ainda fortes raízes em Portugal, embora aceite e utilizada por dirigentes e associados da associação diferente da que antes foi referida.

Depois do que fica dito, venho solicitar que o LINCE, como novo instrumento da língua portuguesa, considere como válida a existência dos quatro vocábulos antes referidos, deixando assim que cada um a utilize, aqui, no Brasil, em Angola ou em qualquer outro país lusófono, sem que exista a desagradável referência de erro ortográfico, dando com isso completa satisfação a várias centenas de milhares de pessoas que nestes países escrevem com frequência tais vocábulos. Terminaria com isso, igualmente, uma velha discussão de sessenta anos, provocada por decisão unilateral e persecutória do regime do Estado Novo.

Fico muito grato pela atenção de V.Exªs. e apresento os meus melhores cumprimentos.

Mariano Garcia
Secretário do Conselho Director da FAEP

Escrever escoteiro não é erro nem ignorância

Por Mariano Garcia


O Companheiro Mariano Garcia ao centro na imagem

Passado mais de um século sobre o aparecimento do Scouting em Inglaterra e prestes a comemorarmos 100 anos da sua introdução em Portugal (1911), as duas Associações dedicadas ao Movimento vão vivendo lado a lado, distintas nas suas orientações e programas, mas unidas pela força do Método e Princípios que as inspiram, numa prática indiscutivelmente válida, ao serviço da formação individual, cívica e social dos nossos jovens, a quem ensinam deveres para com o próximo, a sociedade e para consigo próprios.

Se abstrairmos o proselitismo de uma delas, exclusivamente reservada aos membros da Igreja Católica, onde constitui a verdadeira força juvenil, podemos afirmar que ambas as Associações cumprem bem o seu papel de pioneiras na formação e educação cívica da nossa juventude, juntando-se as suas unidades em frequentes actividades, quer sejam de preparação ou lazer, quer sejam de serviço público ou social, onde bastas vezes dão exemplos de compostura, ou mesmo de abnegação e coragem.

Por tudo isso um “velho escoteiro” se pode orgulhar, achando sempre poucos os muitos milhares de escoteiros que alegremente se associam e confraternizam em Grupos e Agrupamentos por todo o nosso País, dando, quase sempre, exemplos de conduta pessoal e de cidadania, merecedores da simpatia com que geralmente são acolhidos por onde passam, sempre garbosos e prestáveis ao seu semelhante. Se mais fossem, talvez o seu exemplo conseguisse transmitir melhor os valores do Movimento à sua geração, tão revoltada e descrente das suas próprias capacidades.

Para tanto, o Movimento de BP teria de ser melhor entendido pelo cidadão, em geral, e pelas instituições, em particular.

Mas, para que esse entendimento se verifique é preciso que nos esforcemos em clarificar as nossas posições e esclarecer o porquê de algumas diferenças, as quais deveremos esbater, ou assumir com a convicção de quem serve a verdade e a unidade dos nossos Princípios.

Tema recorrente, causador de confusões e dúvidas é a dupla grafia da palavra escoteiro ou escuteiro.

De tão antiga esta discussão, talvez ela nem merecesse mais referência, não fora a absoluta ignorância nesta matéria que sempre revelam os jornalistas portugueses, ou o excessivo número de emendas nos meus escritos, como se o facto de uma palavra genuinamente portuguesa, pois faz parte do léxico português desde o século XVI (aquele que viaja sem arma e sem bagagem), virar erro gramatical só por ter deixado de aparecer nos dicionários da nossa língua, a partir do Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro. Não obstante os brasileiros manterem-na válida e bem esclarecida, outro tanto não aconteceu em Portugal, por razões que nunca consegui perceber, já que é bem comum na nossa língua o uso de palavras diferentes que significam o mesmo.

Claro que a abordagem do tema remete-nos, quase sempre, para a teorização desta dicotomia, por vezes de forma menos precisa ou isenta de imparcialidade.

Por isso, dispenso-me aqui de qualquer dissertação sobre as razões que estão na génese dessa alteração da língua portuguesa, nem da decisão política que a justificou.

O que está feito, está feito, a menos que um dia possa ser corrigido. Mas, importa clarificar, de modo a que ninguém, preso da sua ignorância, chame de ignorante os outros ou “corrija” o que não desejamos seja “corrigido”.

a)Em 1913, nasceu a Associação dos Escoteiros de Portu-gal (AEP), assim chamada logo após um grupo de pessoas ligadas à cultura, entre os quais os ilustres filólogos António Sá Oliveira e Eduardo Moreira, terem procurado no léxico português a palavra que melhor traduzisse a expressão inglesa “scout”, usada até então.
b)Em 1924, surge o Corpo Nacional de “Scouts”(CNS), que em Novembro de 1934 passou a chamar-se Corpo Nacional de Escutas (CNE), nome que continua a identificar aquela Associação.
c)Os membros da AEP desde sempre foram conhecidos por escoteiros.
d)Os membros do CNE, inicialmente tratados por “scouts”, cedo começaram a ser conhecidos por escutas, designação que hoje prevalece de mistura, desde os anos cinquenta, com a palavra escuteiro, cuja raiz parece vir apenas da própria palavra escuta.


Conclusão: fiquemos, cada um, com a designação que escolheu para si, num direito inalienável que nos dá a nossa democracia, mas que ninguém se arrogue ao direito de “corrigir” ou apontar de errado o que está certo.
E que a fraternidade do nosso Movimento nos una em tudo o mais que orienta o nosso IDEAL.