domingo, 9 de janeiro de 2011

A FRATERNAL solicita que o Lince (conversor para a nova ortografia) considere a palavra "escoteiro"


O anterior acordo ortográfico, implementado durante os anos 50, contemplou os neologismos "escuteiro" e "escutismo" em substituição dos tradicionais vocábulos "escoteiro" e "escotismo", já de há muito existentes na língua portuguesa (Cândido de Figueiredo e anteriores), para definir (apenas em Portugal) o praticante do movimento juvenil lançado no mundo por Robert Baden-Powell - o conhecido Scouting.

É sabido que o Brasil não aceitou o uso de tais neologismos, continuando a fazer uso das expressões tradicionais referidas. A mesma recusa mantiveram em Portugal os dirigentes, os associados e os simpatizantes da mais antiga das associações escotistas, bem como alguns cultores da linguagem tradicional, ainda que sujeitos à despropositada referência da existência de erro ortográfico.

Perante o novo acordo, que serve essencialmente os propósitos da ortografia brasileira, parece não fazer sentido que tudo se mantenha como anteriormente sem admitir, pelo menos, considerar como correctos os quatro vocábulos indicados, uma vez que é forçoso aceitar a forma de escrever no Brasil.

Estranhamente, esta situação parece ter passado despercebida, ou não terá sido estudada, pelos "fabricantes" do novo acordo que, depois de grande esforço na modificação complexa de palavras que há centenas de anos se escreviam de modo diferente, permitem continuar a dicotomia que atrás se assinala, a qual nem sequer ganhou ainda fortes raízes em Portugal, embora aceite e utilizada por dirigentes e associados da associação diferente da que antes foi referida.

Depois do que fica dito, venho solicitar que o LINCE, como novo instrumento da língua portuguesa, considere como válida a existência dos quatro vocábulos antes referidos, deixando assim que cada um a utilize, aqui, no Brasil, em Angola ou em qualquer outro país lusófono, sem que exista a desagradável referência de erro ortográfico, dando com isso completa satisfação a várias centenas de milhares de pessoas que nestes países escrevem com frequência tais vocábulos. Terminaria com isso, igualmente, uma velha discussão de sessenta anos, provocada por decisão unilateral e persecutória do regime do Estado Novo.

Fico muito grato pela atenção de V.Exªs. e apresento os meus melhores cumprimentos.

Mariano Garcia
Secretário do Conselho Director da FAEP

1 comentário:

O nosso Grupo disse...

Olá,

Não sabia que o Lince não reconhecia a palavra escoteiro, com o mesmo significado de escuteiro, mas o Dicionário Priberam, há já algum tempo que a reconhece:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=escoteiro